domingo, 29 de dezembro de 2013

PREVISÕES: OS NEO-PENTENCOSTAIS E O FIM DO ESTADO LAICO


Texto de Rodrigo Oliveira

Historiador, Escritor e Professor Universitário. 

         Desde tempos imemoriais o homem tenta, a partir de meios mágicos ou sobrenaturais, prever o futuro. Em muitas sociedades tanto de caçadoras e coletoras como já sedentarizadas tinham sacerdotes especializados para esse fim. Essa tradição chegou aos dias de hoje e muitas pessoas buscam indivíduos com “poderes” especiais para lhes dizer o que acontecerá: “terei fortuna”, “um grande amor”, “felicidade”, “como está a minha saúde?”. Além disso, muitos olham seu “horóscopo” e, por incrível que pareça, guiam seu dia por aquilo o que lerem no jornal (que sempre é algo genérico e que poderia ser aplicado a qualquer pessoa).

         A Ciência sempre se afastou de tais “previsões”. A História repudia completamente qualquer tipo de “previsibilidade”. Somos treinados desde sempre de que a História não prevê o futuro. Além disso, somos preparados desde sempre a não questionar o “e se...”. Ou aconteceu ou não aconteceu: “e se Hitler tivesse ganhado a Segunda Guerra”. Ele não ganhou, portanto não se perde tempo com isso.
         “A moral da História” é que não existem meios mágicos para se prever o futuro. No entanto, duas áreas das Ciências Humanas e Aplicadas têm o objetivo de auxiliar a compreensão do presente e buscam estabelecer modelos prognósticos sobre o que pode acontecer no futuro. Percebam que não é a previsão do futuro, mas perceber o que pode acontecer no futuro através do conhecimento e análise do passado e do presente. Refiro-me à Ciência Política e à Economia.
         Logicamente, essas duas Ciências não são uma “futurologia”, mas tem uma função social de nos mostrar o que pode acontecer política e economicamente, nos dando as bases de compreensão e como agir nos piores cenários. É dentro desse cientificismo que economistas tentam prever as famosas crises cíclicas do capital.
É dentro dessa visão que Alexis de Toqueville no século XIX fez previsões que até hoje faz com que os estudiosos se perguntem “como ele conseguiu isso”. Me refiro às previsões relativa às conturbações francesas e que abalaram o mundo em 1848 (a Primavera dos Povos) e em 1871 (Comuna de Paris, que ocorreu doze anos depois da morte de Toqueville). Além disso, ainda previu na obra “Democracia na América” que o século XX seria dominado por duas potências: Estados Unidos como uma democracia e Rússia com um governo autoritário. Como ele fez isso? Tinha uma “bola de cristal”? Não, ele analisou friamente os acontecimentos do passado próximo e do presente para tentar ver possíveis cenários.
É isso que tentarei fazer adiante, sabendo que há uma grande margem para o erro.
         Como já dei aula para os dois cursos vou colocar de lado o meu viés de historiador (que não se preocupa em traçar modelos para o futuro) e tentar ver um prognóstico político-econômico para o Brasil nos próximos anos. A base da minha reflexão será a questão do laicismo do Estado e o crescimento das seitas neopentecostais.
         Minhas previsões não são das mais alegres, ao contrário, parte de um pressuposto bastante tétrico: estamos deixando de ser um Estado Laico e entrando nas brumas do determinismo religioso. O que mais gera temor é que não estamos no século XI e sim no XXI!
         Quando olhamos o crescimento das seitas evangélicas nos assustamos. Em 1980 representavam 6,6% da população. No senso de 2010 já representavam 22% da população. Quando se analisa os dados percebe-se que o crescimento é vertiginoso e, principalmente, entre as pessoas sem instrução. Em outras palavras, os evangélicos crescem entre os grupos excluídos culturalmente e que são as vítimas históricas da exclusão social no Brasil.
         Por outro lado, as seitas neopentecostais seguem uma lógica capitalista extremista em oposição ao anticapitalismo tradicional católico. Sim, essas seitas retomam o princípio do cristianismo primitivo (com raízes no judaísmo) de forma deturpada. No judaísmo e cristianismo primitivo (pré-catolicismo) ter dinheiro significava que essa pessoa era abençoada. Logicamente, havia um princípio de que essa pessoa deveria ajudar o próximo (como acontece com judaísmo). No entanto, no princípio neopentecostal colocou-se que a igreja precisa ser rica (“abençoada por Deus”) e que seus fiéis devem enriquecer a igreja. Dessa forma, os fiéis têm obrigação de doar parte de seus rendimentos.
         As igrejas crescem (e suas diversas facções) como empresas capitalistas voltadas para o lucro e a exploração em “nome do Senhor”. Controlando ideologicamente a forma de pensar das pessoas para garantir que sigam seus preceitos e sempre doando dízimos. Como empresas tentam atrair seus “clientes”. Tentam “fidelizar” seus clientes-fiéis e roubar os clientes de outras seitas ou até mesmo credos.
         O objetivo é o lucro. Para isso vendem a felicidade. Por outro lado “operam milagres”: trazem uma voz de esperança e muitas vezes garantem que as famílias com problemas se reestruturem de vícios. Na ausência do Estado isso é um verdadeiro milagre. Em outras palavras: em uma família com problemas de vícios eles garantem a regeneração e se antes a família perdia 70-90% do seu capital para o vício (como drogas e álcool), ela se reestruturando e entregando 10-30% da sua renda ela ainda sai no lucro. É um “verdadeiro milagre do Senhor”.
         Imagina isso expandido para uma potencialidade de no mínimo 43% da população (classes D, E e F) isso sem contar com uma parcela da classe média baixa (que deve representar outros 25-30%). Isso garante para essas Igrejas um potencial de no mínimo 60% da população que são suscetíveis ao seu discurso e controle ideológico.
         Ou seja, hoje eles representam 22%, mas podem chegar em menos de duas décadas 60% da população. Como possuem um visão determinista atacam outros grupos como as igrejas afro e os espíritas, tentando cooptá-los (como já tem uma religião podem ser convertidos). Os católicos pobres já são um alvo primordial do discurso neopentecostal, tendo em vista a incapacidade da Igreja de Roma sensibilizar os pobres com o seu discurso, que evoluiu muito entre o período medievo e sua posterior perda de domínio na Era Contemporânea. A Igreja Católica não vende terrenos no céu e não “garante” o favor do senhor a partir de dízimos. Ao contrário, a Igreja Católica vai dizer que são as boas ações que levam ao paraíso: crer em Cristo, fazer a caridade e auxiliar ao próximo. Mas isso, não traz alento para quem vive em uma favela ou região desassistida pelo Estado.
         Dessa forma, o discurso católico não chama a atenção afora as camadas da população com melhores condições financeiras e uma conscientização maior. Porém, as populações carentes aspiram por algo que lhes dê segurança. Por isso, o catolicismo perde espaço: ele não vende esperança, ele preconiza boas ações.
         Não entrarei no debate vinculado aos ateus – esses são vistos como encarnação “pura do demônio”. Como raramente podem ser convertidos são uma ameaça à empresa capitalista neopentecostal. Todos os outros grupos podem ser seduzidos ou anulados, menos os ateus.
         Do ponto de vista político-ideológico percebe-se que as seitas neopentecostais crescem vertiginosamente tanto no controle do pensar dos brasileiros como também no Parlamento.
No Parlamento são uma força supra-partidária que está presente em praticamente todos os partidos. Ao mesmo tempo, possui uma força política grande, embora sejam inoperantes até o presente momento do ponto de vista de atividade e proposições de impacto social. No Congresso Nacional possuem atualmente 12,2% das cadeiras (são 63 entre 513 cadeiras). No Senado o número é menor, possuem apenas 3,7% (são 3 entre 81 cadeiras).
Colocando esses números no papel podemos perceber que no Congresso são verdadeiros “fiéis da balança” se levarmos em consideração a polaridade dos campos opostos PT-PSDB: 12,2% pode garantir a vitória em questões importantíssimas. Não é a toa que percebemos os dois lados flertando com a Bancada Evangélica (Feliciano não foi escolhido ao acaso para a Comissão de Direitos Humanos e sim através de uma articulação do PMDB com um “fechar de olhos” estratégico do PT). Se olharmos as duas últimas eleições, entre a de 2006 e 2010 os evangélicos dobraram a sua participação e para 2014 podem aumentar ainda mais a sua participação. Talvez até dobrando o número de 2010!
Se dobrarem o número de cadeiras terão nas mãos praticamente ¼ do Parlamento. Esse ¼ do Parlamento com ideias altamente radicais e anti-laicistas.
Levando em consideração que a laicidade do Estado é uma pedra para o desenvolvimento e controle político dos neopentecostais na sociedade, pois os princípios básicos do Estado Laico vai contra as “verdades” das interpretações bíblicas que os neopentecostais fazem, tentarão agir contra ele.
Seguindo o rastilho de pólvora, para 2018 os evangélicos poderão abocanhar entre 50% até um teto de 60% do Parlamento. Aí a “casa” vai cair, pois poderão fazer leis de acordo com os seus princípios. O Estado Laico dentro do jogo da democracia dará espaço para a teocracia. Os exemplos do passado recente mostram o que pode acontecer com o radicalismo religioso tomando de assalto o Estado.
Lembrem-se do Fundamentalismo Islâmico no Oriente Médio a partir de 1970. Isso é o que se coloca no horizonte para o Brasil. O que vai se esboçar na eleição de 2018: a disputa entre neopentecostais e o “resto”, pode ser a pá de cal sobre o Estado Laico em 2022.
Por isso minha previsão é que no máximo em 2022 a eleição não vai ser entre esquerda e direita e sim entre deterministas religiosos e laicos (desde católicos, luteranos, judeus, umbandistas, espíritas, agnósticos e ateus).
Estes laicos serão o último bastião da liberdade no Brasil. Depois disso, se o cenário não se alterar em um futuro breve o determinismo religioso vai se apossar do Estado e todos os males do Estado Teocrático assumirão proporções bíblicas.
O Legislativo sofrerá o primeiro golpe, em seguida o Executivo. Tomando o Executivo o Judiciário cairá em pouco tempo, pois é o Executivo quem escolhe os ministros do STF.
Depois disso, tenho até medo de pensar no que pode acontecer.
Queria que esse não fosse o prognóstico que se coloca diante de nós no horizonte. Desejo do fundo do meu ser estar errado. Gostaria de chegar em 2018 e 2022 e pensar aliviado: “eu estava errado”.

Essa é a minha esperança...

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

TV Brasil desafia Estado laico ao transmitir missa e culto

por Isabela Vieira

da Agência Brasil

Ministério Público determinou à emissora
estatal que adote a diversidade religiosa
O MPF (Ministério Público Federal) no Rio de Janeiro aprovou recomendação para que a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) conclua rapidamente a contratação de programas para a faixa de diversidade religiosa da TV Brasil e suspenda a exibição de missa católica aos domingos e o programa evangélico que vai ao ar aos sábados.

A recomendação foi definida durante audiência pública para discutir a programação religiosa das emissoras de rádio e televisão aberta. Na avaliação do MPF, ao transmitir os programas, a EBC descumpre a Constituição e privilegia apenas duas religiões em detrimento das cerca de 140 identificadas em pesquisa censitária.

“O Artigo 19 da Constituição proíbe qualquer favorecimento a uma religião, em detrimento das outras, e consagra o princípio do Estado laico. Então, há uma irregularidade na veiculação de uma missa católica e um culto evangélico na TV Brasil”, disse o procurador responsável pela recomendação, Sergio Suiama, que acompanha o tema em discussão há três anos.

Durante a audiência pública, o presidente da EBC, Nelson Breve, disse que a previsão é colocar no ar dois novos programas religiosos no fim do primeiro trimestre de 2014. Ele explicou que os programas estão sendo contratados por meio de edital cujo processo de elaboração passou por dificuldade. Depois, por terem atraído poucos interessados, a licitação foi prorrogada.

O presidente da EBC também explicou que os prazos para entrada da faixa religiosa estão em dia agora, mas que, mesmo depois de os novos programas entrarem no ar, como deseja o MPF, a decisão de retirar a missa e culto da grade da TV Brasil caberá ao Conselho Curador, órgão formado por representantes da sociedade civil e responsável por cuidar da linha editoral dos veículos de comunicação da empresa.

“É responsabilidade da EBC colocar os novos programas no ar. Depois, passa para o Conselho Curador [que tem a prerrogativa de aprovar a linha editorial dos veículos da empresa] e para a Justiça [Federal]”, explicou Breve. Ele fez referência à decisão judicial de 2011, em favor de ação movida por organizações religiosas, contra resolução do Conselho Curador, do mesmo ano, de tirar do ar a missa e o culto. Uma comissão do Senado também se posicionou pela continuidade dos programas.

Para assegurar que o conselho mantenha a retirada dos programas da grade, o MPF também informou que pretende trabalhar em conjunto. “São três anos de ilegalidade. Nosso esforço é para que, assim que os novos programa entrem no ar, cumprindo a decisão da Justiça - que preservava o espaço religioso na TV Brasil - as igrejas percam os privilégios”, disse Suiama.

Estão na grade da TV Brasil dois programas religiosos: o "Reencontro", idealizado pelo pastor Nilson do Amaral Fanini, aos sábados, e a "Santa Missa", da Arquidiocese do Rio de Janeiro, aos domingos. A emissora exibe ainda a série da TVE Bahia Liberdade Religiosa, sobre diversas expressões da religião. Ao domingos, a Rádio Nacional de Brasília também transmite missa católica.

O Conselho Curador da EBC promoveu audiência pública, no ano passado, para ouvir os diversos segmentos interessados na questão. Representantes de diferentes credos religiosos não contemplados na programação atual pediram espaço religioso ecumênico nas TVs e rádios do sistema de comunicação pública.


Fonte:  http://www.paulopes.com.br/2013/12/tv-brasil-desrespeita-o-estado-laico.html#ixzz2nh9c0wmr

domingo, 15 de dezembro de 2013

Sete razões para não temer os muçulmanos

1 – O terrorismo “islâmico” não existe
Yuri Bezmenov, dissidente do serviço secreto soviético, já explicava isso décadas atrás: “Believe me please, there was no grass, no root, no revolution, and least of all Islam. There is no such thing as an Islamic revolution. Revolution has nothing to do with Islam. There is no such thing as Islamic terrorists.” (Em negrito: “não há revolução islâmica. Revolução não tem nada a ve com Islã. Não existem terroristas islâmicos.”)
Diversos líderes de movimentos africanos, indianos, árabes e sul-americanos de “libertação nacional” foram treinados por oficiais da própria KGB (no caso dos sul-americanos, em Cuba) em seus centros de formação de líderes políticos durante a guerra fria. Os mesmos levaram adiante guerras civis, golpes e conflitos armados de todo tipo em seus países de origem para desestabilizar os regimes e se possível instalar um governo socialista alinhado com o Kremlin.
Hoje, membros destes mesmos grupos “islâmicos” operam redes internacionais de terrorismo.
É mais fácil traçar a origem dos terroristas “islâmicos” até a KGB ou a CIA do que ao Corão.
2 – Religião islâmica e lei islâmica não são sinônimos
Dos aproximadamente cinquenta Estados de população majoritariamente islâmica, apenas 6 são Estados islâmicos. E destes seis, dois são aliados dos EUA (Arábia Saudita e Paquistão). Outros doze tem o islamismo como religião oficial. Vinte são Estados seculares.
Dos estados do mundo, cerca de 14 adotam leis religiosas. Dentre estes, os mais conhecidos são o Irã, a Arábia Saudita, o Iêmen e o Vaticano. O mais poderoso destes, em relação ao Oriente Médio e toda a Liga Árabe, é a Arábia Saudita, país que mantém sólidas relações comerciais e diplomáticas com os EUA.
3 – Muçulmanos são tão diversos quanto os cristãosAssim como entre os cristãos, há diferentes denominações muçulmanas.
A maior delas é o Sunni (sunitas). É considerada a versão “ortodoxa” da religião. Os sunitas acreditam que após a morte de Maomé, o novo líder religioso seria eleito e não um descendente, parente ou indicado do profeta Maomé. Possui quatro escolas de pensamento: Hanafi, Maliki, Shafi’i e Hanbali. Há uma quinta, ultra-ordoxa, a Wahabbi.
Os sunitas acreditam na autoridade religiosa da razão e da legalidade.
Os xiitas são a segunda maior denominação muçulmana. Compoem de 10 a 20% da população muçulmana mundial. Creem na infalibilidade do Imam (seu líder religioso) – descendente de Ali, o sucessor de Maomé na liderança dos muçulmanos.
Os xiitas acreditam na autoridade religiosa hereditária e divina.
Além dos sunitas e xiitas, há os sufis, os ahmadiyya, os ibadi, os coranistas, etc.
Some a isso as culturas locais de povos que vão desde os africanos do Mali até os indonésios passando pelos turcos, persas e uigures.

Diferenças entre culturas: tártaras em trajes típicos, uma albanesa votando e iranianas comprando cosméticos e maquiagens.
4 – Os muçulmanos são bons de negócio
Reformas: Metade das economias no mundo árabe reformaram suas regulamentações em termos de negócio nos anos de 2009 e 2010, mais do que na América Latina e no Caribe.[1]
Liberdade econômica: De acordo com o ranking da Heritage de liberdade econômica, Irã, Turcomenistão, Mauritânia, Iêmen, Indonésia, Marrocos, Jordânia e Catar apresentaram melhorias.
Bahrain e Catar fazem parte dos países majoritariamente livres (score entre 79.9 e 70)
Jordânia, Cazaquistão, Kuwait, Turquia, Marrocos, Quirguistão, Malta, Arábia Saudita e Líbano fazem parte dos países moderadamente livres (grupo que inclui Israel, Coréia do Sul e África do Sul).
Azerbaijão, Egito, Tunísia, Iêmen, Paquistão, Tadjiquistão, Bangladesh, Mauritânia, Indonésia e Mali se encontram no grupo majoritariamente reprimido. Fazem parte deste grupo membros do BRIC (Brasil, Índia, Rússia e China).[2]
Desenvolvimento econômico: A Liga Árabe, composta por países muçulmanos em maioria, é a 6ª organização com maior PIB, estando à frente da Rússia. Em termos de PIB per capita, está à frente da China e da Índia. A mesma mantém relações comerciais com a União Africana, a União Européia, os Estados Unidos, a China e a UNASUL.
Direitos de propriedade: Com relação à defesa dos direitos de propriedade, os países do norte da África e do Oriente Médio (muçulmanos em sua maioria) estão melhores do que a América Latina e Caribe. De acordo com o International Property Rights Index de 2011, a região Norte da Áfica e Oriente Médio tem uma média de 5.7, superando os 5 pontos da América Latina e Caribe.[4]
Comparando-se o PIB per capita, o “mundo islâmico” não se sai tão mal quando comparado com os países do BRIC:

Os países mais próximos do roxo são os com o mair PIB per capita. Em comparação com os BRICS, o mundo islâmico não está muito atrasado, inclusive contando com membros excepcionais que se aproximam mais dos níveis europeus.
Com relação ao IDH, muitos países tipicamente muçulmanos são mais desenvolvidos do que os tais BRICs. A Rússia é o membro do BRIC com o maior IDH (0.755), e está atrás da Líbia (0.760) que é o 6º país muçulmano num ranking de IDH. À frente da Líbia ainda está o Kuwait, a Arábia Saudita, o Bahrain, o Catar e o mais desenvolvido deles, os Emirados Árabes Unidos com invejáveis 0.855. Para se ter uma idéia, o IDH do Brasil (2º entre os BRICs) é de 0.718 e o da Índia (menor entre os BRICs) é de 0.547. [5]
Vale lembrar que um dos maiores parceiros comerciais dos EUA no mercado de Petróleo é a Arábia Saudita. [6]
5 – Judaísmo, cristianismo e islamismo são parentesJudaísmo, cristianismo e islamismo fazem parte de um mesmo grupo de doutrinas religiosas. São as chamadas religiões abrâmicas (relativo a Abraão). Abraão é o profeta que “faz a liga” entre estas três religiões.
Ainda que elas tenham grandes diferenças entre si, há também pontos em comum. O deus, por exemplo, é o mesmo. O deus dos judeus é o mesmo deus dos cristãos e o mesmo deus dos muçulmanos. A palavra “Allah” vem do árabe e significa simplesmente “deus”.

Abraão. Pintura de József Molnár.
Basicamente, os muçulmanos não afirmam que judaísmo ou cristianismo são religiões falsas. Na concepção muçulmana, estas religiões estão ligadas ao islamismo. Os muçulmanos usam a expressão “adeptos do livro” ou “seguidores do livro” para referir-se a judeus e cristãos. Mas porque não usam a palavra “infiel”? Por que consideram que há três livros sagrados, revelados progressivamente: o primeiro é a Torá, o segundo é a Bíblia (no caso, o Novo Testamento) e o terceiro é o Corão.
Os muçulmanos não aceitam Jesus como filho de Deus, mas o aceitam como profeta e duvidam da sua morte carnal afirmando que ele ascendeu aos céus diretamente para a presença de Allah. Jesus é considerado um profeta do Islã, como é Maomé. O motivo pelo qual os muçulmanos dão tanta atenção a Maomé é porque ele é considerado nesta religião o último profeta a receber revelações diretamente de Allah. A crença é de que Allah tenha ditado o livro sagrado (Corão) para Maomé ao longo de um período de 23 anos nas peregrinações entre duas cidades (Medina e Meca).
O que o Islã condena não é o judaísmo ou o cristianismo, mas o politeísmo e o ateísmo (a palavra “infiel” se refere a quem não é adepto dos livros sagrados).
Outras coisas que podemos constatar: a proibição do consumo da carne de porco e a cultura de cobrir a cabeça das mulheres vem desde o judaísmo. Ainda hoje, judeus e muçulmanos não comem carne de porco – algo comum para cristãos. Judias ortodoxas cobrem a cabeça até hoje. Entre as cristãs, o costume de cobrir a cabeça ficou restrito às freiras, não sendo imposto às cristãs leigas.

As três religiões abrâmicas tinham a cultura do véu. Com o tempo, o costume do uso foi sendo abandonado por correntes do judaísmo, e entre os cristãos o seu uso acabou restrito a freiras e irmãs. Entre a maioria dos muçulmanos esta cultura resiste. Em países como a Albânia e a Turquia, o uso varia conforme as tradições familiares.
Tanto cristianismo quanto o islamismo são religiões expansionistas, o que significa que ambas buscam expandir o número de fiéis através da conversão. Longe de serem ideologias destrutivas ou xenofóbicas, elas buscam a assimilação e são universalistas.
A julgar que, historicamente, entre os cristãos católicos e protestantes já houveram grandes e violentos conflitos que acabaram posteriormente sendo esquecidos para dar lugar à convivência pacífica sob o princípio do ecumenismo, não é difícil conceber que se possam conciliar as três religiões abrâmicas como outrora foi feito na Espanha moura, durante o período conhecido como La Convivencia.
6 – O que muçulmanos vestem, comem ou fazem não é da nossa conta
É tão simples quanto poderia ser: cada cultura tem seus códigos de etiqueta, sua culinária, sua música e claro, seu código alimentar e de vestuário. O fato de nós ocidentais termos mais liberdade em vestir o que nos convém não indica que há algo no hijab, niqab ou na burqa que os torne intrinsecamente ruins e opressores.

Escoceses usam kilt, árabes usam dishdasha. Problem?
Devemos entender que para a maioria das mulheres muçulmanas, vestir-se do modo como se vestem é normal, digno e belo. Dentro da cultura ocidental, com o regimento das leis, estas mulheres tem o direito de recusar o uso dos mesmos, mas obrigá-las a tirar (como foi feito na França) é uma tirania. Se somos pela liberdade, não podemos jamais admitir que o governo dite o que um cidadão deve ou não deve vestir.

O mesmo vale para a alimentação. Muçulmanos, assim como os judeus, não comem carne de porco porque ela vai contra um código alimentar instituído pela religião e pela tradição. No caso dos judeus, é o kashrut e no caso dos muçulmanos, é o halal. Para os muçulmanos, a carne precisa ser preparada de um modo especial para que possa ser consumida (halal = permitido), do contrário ela não pode ser consumida por um muçulmano (haram = proibido). Isto significa que para atender a um consumidor muçulmano ou judeu, certas regras e padrões culturais devem ser atendidos no preparo das refeições. É um direito do consumidor escolher não consumir os produtos que vão contra a sua crença religiosa, e isso é de fundamental importância.
Por último, mas não menos importante, é a questão da política e da religião. Por mais que as leis dos países islâmicos possam nos ser estranhas (sobretudo naqueles onde a Sharia é a lei), temos que entender que as leis serão estranhas para nós em qualquer sistema político diferente daquele que estamos acostumados.
Nós ocidentais temos padrões ocidentais e leis que seguem escolas de pensamento ocidentais. Os muçulmanos, que são africanos, orientais e asiáticos em sua maioria, não seguem os mesmos padrões que nós. Os sistemas políticos que se desenvolveram nestas culturas está adaptado a elas e foi desenvolvido e mantido por elas. Cabe a elas decidir quando, como e o que mudar.
Amamos a democracia e a liberdade de expressão e culto, e devemos assegurá-la sobretudo aqui nas Américas ou na Europa, mas não temos nem o dever e nem o direito de querer impor nossos sistemas na “casa” dos outros. Contanto que a democracia, o rigor da lei, a liberdade e a propriedade estejam asseguradas no Ocidente – para os muçulmanos que aqui vivem, inclusive – estaremos com nosso dever cumprido. Antes de nos preocuparmos com o que se passa lá, temos que dar especial atenção aos valores que cultivamos aqui: liberdade de culto, liberdade de expressão, liberdade de escolha.
7 – Eles estão entre nósNa Europa: Dentro da Europa, as tradições islâmicas são encontradas sobretudo em territórios que já estiveram sob administração do Império Otomano, como os balcãs, e no tartaristão (Federação Russa). A península ibérica também já foi islâmica, tendo sido reintegrada à Cristandade durante a Reconquista.
Na Albânia, o congresso muçulmano sediado na capital (Tirana) rompeu com o Califado em 1923, estabelecendo uma nova forma de culto, banindo a poligamia e instituindo o uso do véu para as mulheres em público.
Na Polônia, as tradições sunitas tártaras foram preservadas. Isto levou à formação de uma distinta cultura muçulmana na Europa Central, na qual elementos da ortodoxia muçulmana misturaram-se à tolerância religiosa de uma sociedade relativamente liberal. Os tártaros polacos são considerados um exemplo de sucesso na integração sócio-cultural com a sociedade cristã.

1 - uma pequena mesquita na Polônia. 2 - a grande mesquita Qolşärif em Kazan, capital do Tataristão. 3 - Um casamento tártaro. Os tártaros são um povo majoritariamente muçulmano que vive na Rússia, na Ucrânia e na Polônia.
Entre os europeus, acredita-se que esteja emergindo uma nova ramificação do islã que combina os princípios e deveres desta religião com valores da Europa pós-iluminista como direitos humanos, o estado de direito, a democracia e a igualdade entre homens e mulheres.
Acredita-se que a população muçulmana na Europa hoje seja superior a 53 milhões, mais de 7% da população. Em alguns países europeus esta proporção é ainda maior: Bulgária, Montenegro e Rússia tem entre 10% e 20% de população muçulmana. O Chipre, entre 20% e 30%. Macedônia, entre 30% e 40%, Bósnia e Herzegóvina entre 40% e 50%, na Albânia são entre 80% e 90%, e em Kosovo chega a 95%.
Nos Estados Unidos: Entre os anos de 1880 e 1914, milhares de muçulmanos migraram do Império Otomano para os Estados Unidos, assimilando-se à sociedade. Graças à imigração, a conversão e altas taxas de natalidade, os Estados Unidos viram a sua população muçulmana crescer muito nos séculos XX e XXI. Só em 2005, o número de novos residentes muçulmanos legais nos estados unidos foi de aproximadamente 96.000: mais do que em qualquer ano das duas décadas anteriores.

O seriado "All-American Muslim" foca no dia-a-dia de americanos muçulmanos.
A mais duradoura comunidade muçulmana incorporada à sociedade norte-americana é a dos bósnios, que em 1906 criaram a Džemijetul Hajrije (Jamaat al-Khayriyya), uma organização de serviços sociais para muçulmanos bósnios. Os muçulmanos bósnios também abriram a primeira escola dominical muçulmana com currículos e literatura muçulmana. A primeira organização muçulmana em Nova Iorque, a Sociedade Maometana Americana, foi fundada em 1907 por tártaros Lipka da região de Podlasie (Polônia). Em 1915 foi fundada aquela que provavelmente é a primeira mesquita americana, por muçulmanos albaneses em Biddeford, Maine. Um cemitério muçulmano ainda existe lá. E esta história se arrasta pelo século seguinte.
O número estimado de muçulmanos vivendo nos EUA hoje é de 2,6 milhões – menos de 1% da população.

Centro Islâmico da América em Dearborn, Michigan
No Brasil: A imigração árabe no Brasil tem início com a chegada de imigrantes árabes que começaram a desembarcar no País em fins do século XIX. No início do século XX, esse fluxo imigratório cresceu e passou a se tornar importante. Um fator predominante foi a Primeira Guerra Mundial, que acelerou a imigração de pessoas que viviam no Império Otomano. Outros conflitos que causaram aumento na imigração de muçulmanos foram as guerras no Oriente Médio (Guerra do Líbano, conflitos entre árabes e israelenses, conflitos no Iraque).
Porém, a imigração de muçulmanos para o Brasil é muito anterior. Muitos dos negros escravizados na África e trazidos para o Brasil já eram muçulmanos. A chamada Revolta dos Malês de 24 a 25 de janeiro de 1835, ocorrida na cidade de Salvador, foi uma sublevação de escravos africanos de religião islâmica. “Malê” era o termo que se utilizava para referir-se aos escravos muçulmanos.
Atualmente, 15 milhões de brasileiros possuem ascendência árabe. A maioria é de origem libanesa, enquanto o restante é, predominantemente, de origem síria. O Islã no Brasil conta com 27.239 seguidores, segundo dados do censo demográfico de 2000 do IBGE. Porém, algumas instituições islâmicas brasileiras consideram que o número de seguidores é muito superior a isso. A Federação Islâmica Brasileira defende que há cerca de 1,5 milhão de fiéis do Islã no país.

Mesquita Omar Ibn Al-Khattab, em Foz do Iguaçu, Paraná. A cidade abriga a maior comunidade muçulmana do Brasil.
Na cidade de São Paulo existem cerca de dez mesquitas, dentre as quais a Mesquita Brasil, na Avenida do Estado (centro da cidade) – cujas obras de construção começaram em 1929 e que foi a primeira mesquita edificada na América Latina.
No mundo: Somos praticamente 7 bilhões. Cristãos são entre 1,9 e 2,1 bilhões – ou seja, de 29% a 32% da população do mundo. Os muçulmanos são cerca de 1,57 bilhões – de 20 a 25%. Com toda essa gente, é melhor arranjar uma maneira de conviver. Para isto, existe o que chamamos de diálogo inter-religioso. Com relação à Igreja Católica, já existe uma iniciativa de diálogo entre católicos e muçulmanos: em 2008 reuniram-se no Vaticano autoridades religiosas católicas e islâmicas para um diálogo inter-religioso, e há uma iniciativa para que esta cúpula seja permanente. A primeira cúpula produziu um documento que afirma um compromisso mútuo de incentivo à tolerância. O mesmo pode ser lido em inglês aqui.
Não fuja do conflito: Talvez você tenha vizinhos muçulmanos, ou já os tenha visto caminhando nas ruas da sua cidade. É possível que você passe pela frente de centros muçulmanos sem nem perceber. Para vencer as barreiras impostas pela caricaturização típica da propaganda de guerra com que somos bombardeados diariamente, é necessário conhecer “o inimigo”. Ouse ler o Corão, permita-se conversar com muçulmanos, visite um centro islâmico. Você verá que mais do que diferenças, há muitas semelhanças entre você e eles: a valorização da família, um senso de responsabilidade, um desejo forte de ascender na vida honestamente, a dedicação aos estudos, etc.
Encerro este artigo com uma citação de Chesterton:
A Bíblia nos manda amar nosso próximo, e também nossos inimigos; provavelmente porque eles são, geralmente, a mesma pessoa.
- G. K. Chesterton
 Fonte: http://direitasja.com.br

domingo, 8 de dezembro de 2013

INTOLERANTE OU ESCLARECEDOR ? AGRESSIVO OU APENAS DURO ?



Meu caro leitor, quem me segue nas mídias sociais, muitas vezes se chateia com algumas coisas que posto, em muitos casos por desconhecer em profundidade as minhas reais intenções. Muitas até me acusaram de “intolerante”. Ora, Ora, eu intolerante religioso? Que acinte, que análise rasteira e desatenciosa, justo eu, que mais combato a intolerância religiosa usaria do mesmo expediente dos meus detratores ou dos detratores da minha fé? Será que seria tão hipócrita assim?  Como afirmei acima, eu mais do que ninguém combato a intolerância e o desrespeito com as religiões ou como ser humano em si. Quem me acompanha de perto sabe que sempre defendi o respeito total e irrestrito a pessoa humana e suas escolhas de vida. Já apoiei e apoio o movimento LGBT que luta por respeito, mas também fui feroz critico da manifestação desrespeitosa com os símbolos católicos no meio da Jornada Mundial da Juventude por entender que nenhuma agressão deverá ser tolerada.  Faço parte da Comissão Estadual de Diversidade Religiosa, e da Comissão da OAB de Igualdade Racial e Diversidade Religiosa, logo minhas ações provam por A + B, que posso ser tudo, menos intolerante e desrespeitoso com qualquer credo, opção sexual ou posição política.  

Em muitas das minhas postagens e artigos no meu blog, trabalho justamente a desmistificação de vários mitos espalhados pelas redes sociais como “verdade” quando são provadamente uma campanha difamatória sem precedentes contra a fé Islâmica, com intuitos puramente políticos, pois bem sabemos que temos uma mídia comandada justamente por quem quer se aproveitar dos recursos naturais (petróleo) dos países árabes. E não me surpreende que esse país dominador, seja cabeça da alardeada “nova ordem mundial” e este mesmo país é protestante, e foi ele o responsável pela propagação dessa fé no Brasil.  Reiteramos que não temos nenhum preconceito com a fé protestante nem nunca as desrespeitamos, pelo contrário, sempre elogio quem merece elogio, independente de credo e bato em quem comete crimes em nome da fé, independentemente de serem cristãos católicos, protestantes, mórmons, adventistas, testemunhas de Jeová e também muçulmanos, porque não? Afinal, nenhum religião seria séria se não pregasse o bem, mas infelizmente, somos compostos por seres humanos, falhos e em muitos casos, pessoas de caráter questionável.  Sabemos que a fé é uma mercadoria que rende dividendos, além de ser uma forma de dominação social e política. Alguns logo partem para o ataque citando as teocracias Islâmicas do Oriente Médio, mas claro, não tem o que falar da esmagadora maioria de muçulmanos espalhados pela Ásia, Europa, América Latina, Estados Unidos, e quase dois milhões no Brasil.  Em minha opinião pessoal (e nunca escondi isso) as teocracias são um erro, pois de acordo com o Alcorão Sagrado Não há compulsão na religião ! Com efeito , distinguir-se a retidão da depravação . Então , quem renega At-Taghut e crê em Allah , com efeito , ater-se-á á firme alça irrompível . E Allah é o Oniouvinte , Onisciente .


( Alcorão 2/256)

”, ou seja, a religião não pode ser imposta e sim ser praticada por fé e devoção pessoal.
Muitos poderão citar trechos fora de contexto do Sagrado Alcorão para justificar suas infâmias, e por isso, seria bom ler o artigo “O ISLAM E A ESPADA:

Assim como a bíblia carece de um contexto histórico, lingüístico e teológico para sua real interpretação, nosso livro sagrado também carece de um contexto para ser analisado e citado, coisa que infelizmente não acontece quando os nossos detratores usam da calunia para apontar dedos e nos acusar.
Voltemos então para o que eu escrevo e compartilho.
Quando a pessoa mais desatenta lê certas postagens vai pensar que tenho algo contra “todo povo evangélico” o que é um erro grosseiro, pois como já disse em postagens anteriores, o meio protestante é o mais diverso, e (em muitos casos) antagônico nas questões teológicas e interpretativas.  Além do fato de que, quando critico, o faço baseado em notícias, condenações na justiça, prisões noticiadas, e denuncias nos meios de comunicação. Logo se prova que aquilo que posto e escrevo se baseia em fatos e não em “opiniões”, e mais, são casos pontuais, onde “pessoas” e não credos, cometem atos ilícitos ou eticamente questionáveis.     E como disse, não poupo NINGUÉM que está errado, pois já postei nas redes sociais críticas ferrenhas aos “talebãs” que atiraram na jovem Malala por querer estudar, pois tal atitude agressiva é anti-Alcorâmica, pois nosso livro sagrado inventiva as mulheres a estudar, e a trabalhar se assim desejarem. Qualquer teocracia que proíba as mulheres a estudar ou dirigir (como infelizmente aconteceu na Arábia Saudita) é anti-Alcorâmica e portanto contrário a religião Islâmica.  Portanto, sempre me opus a todas as práticas opressoras e a qualquer ação de desmoralização ou injuria contra pessoas ou crenças.
Logo combatemos a intolerância e não ao contrário, pois o princípio básico do intolerante sempre foi a sua suposta condição superior sobre aquele que era diferente dele, sendo essa prática comum entre muitos da fé evangélica (não todos, graças a Deus) que se sentem “superiores”, santos e donos da “verdade” se achando no direito de agredir, acusar, e sentenciar ao INFERNO todos que não compartilham de sua fé, e temos exemplos claros, como a do “pastor” Clóvis que invadiu um templo e quebrou imagens católicas como se as mesmas fossem o próprio “satanás” e ainda espalhou as fotos em uma rede social como se fosse a coisa mais normal do mundo. Esse sentimento de superioridade foi o que formou criaturas como Hitler, Stálin e outros ditadores sanguinários que se achavam superiores ou representantes imaculados e sacrossantos de Deus.

Se analisarmos a história, o homem se achava melhor que a mulher, a “causadora do pecado original”, e sempre a estigmatizou na maioria das civilizações antigas. O colonizador acreditava vir de uma cultura moderna, que deveria civilizar os povos “primitivos” e “bárbaros”. O branco tinha a certeza que era melhor do que o negro, o que lhe dava o direito de escravizá-lo. Mas todos esses aspectos se resumem a apenas uma característica, presente em todo intolerante: a ignorância. E falo da ignorância em dois aspectos. Primeiro, no sentido de ignorar, de fato, o que o outro pensa, o que o outro faz, qual a visão de mundo do outro, etc., e nem se interessar em conhecer. E, segundo, na concepção de achar que aquele que é ou age de forma diferente é, automaticamente, inferior. Talvez não haja ignorância maior neste mundo...

“Ó humanos, temei a vosso Senhor que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira, e de ambos fez descender inumeráveis homens e mulheres”
(Alcorão – 4ª surata, 1ª ayah)

“Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea, e vos dividimos em povos e tribos para reconhecerdes uns aos outros. O melhor dentre vós, perante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus está bem inteirado e é Sapientíssimo”
(Alcorão – 49ª surata, 13ª ayah)

É fato que existem pessoas que vivem a espalhar mentiras e difamações contra o Islam e os muçulmanos, para tanto é só conferir as postagens:

MENTIRINHAS GOSPEL, AS NOIVINHAS DO HAMAS

MENTIRINHAS GOSPEL

MULHERES OPRIMIDAS ? – DESBANCANDO A "Pastora" Maria Valda P. Nascimento
MULHERES OPRIMIDAS ? - PARTE 2
MULHERES OPRIMIDAS ? - PARTE 3

CRISTÃOS QUEIMADOS VIVOS?

CRISTÃO QUEIMADO VIVO NA NIGÉRIA?

E finalizando, a maior armação, a maior falácia da história,
MUÇULMANOS NÃO FIZERAM O 11 DE SETEMBRO

Logo, esses são pequenos exemplos da campanha difamatória que somos vítimas, inclusive do notório e infame Blog do Rafik, cidadão que se diz missionário evangélico e que é o campeão de processos no Brasil, pela forma desrespeitosa, agressiva e caluniosa com que detrata o Islam.  Esperamos que em breve o mesmo estará atrás das grades pelos crimes de injuria, ódio religioso.
Outro “evangélico” que “detona” os muçulmanos é o “pastor” Tupirani, que inclusive já foi preso por crime de intolerância religiosa ( a qual esperamos que o mesmo volte pra lá e de lá não saia) onde o mesmo canta de sua autoria “Islam Assassino”, onde nos calunia e agride gratuitamente.

Logo, após essas reflexões, espero que entendam que meu “Jihad” nos dias de hoje, é apenas mostrar a todos, que assim como nos anos 80 achavam que os comunistas “comiam criançinhas” e eram todos “malvados sanguinários” (coisa que era propagada pelos americanos) , hoje, após a queda do comunismo, o novo povo “eleito” como “vilão oficial” dos Estados Unidos e do resto do “mundo livre” (você já ouviu isso nos filmes hollywoodianos) são justamente os muçulmanos, os “malvados comedores de criancinhas” bla,bla,bla,bla, mas se você conversar com um muçulmano, desenvolver algum laço de amizade, ou mesmo conhecer as comunidades americanas, européias e brasileira, verá que somos pessoas pacatas, honradas e servos de Allah.
Então a palavra final é: quer saber o que é o Islam e o que pensam os muçulmanos? Converse com um.

 

Erickson "Abdul Rahman" Ribeiro
é professor de Literatura e Lingua Inglesa
Membro Convidado da Comiss.da OAB de Iguadade Racial e Diversidade Religiosa
Pós-Graduando em Educação Ambiental
Especialista em Midias na Educação
Fez Teologia, é Ex-pregador da Igreja Batista
Fotógrafo


sábado, 7 de dezembro de 2013

NOTA DE REPÚDIO A FABIANO GOMES E AO SISTEMA CORREIO


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm a público manifestar seu mais veemente repúdio às declarações preconceituosas, machistas, caluniosas e violentas proferidas pelo radialista Fabiano Gomes nas edições dos dias 04 e 05 deste mês do programa Correio Debate (Rádio Correio – 98.3MHz).

No primeiro episódio, Fabiano usou de toda uma sorte de baixas palavras para se referir às mulheres, incitou a violência física, moral, de gênero e revelou seu absoluto despreparo profissional para atuar como radialista, profissão da qual se exigem preparo técnico e intelectual, compromisso com a verdade, com a ética e com os direitos humanos.

Imediatamente, o jornalista Rafael Freire, que é presidente do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba e vice-presidente regional da Fenaj, transcreveu em sua página pessoal no Facebook um pequeno trecho do comentário que o radialista acabara de fazer ao vivo. A reação na rede social foi imediata, gerando centenas de compartilhamentos e grande revolta entre o público em geral, mas especialmente em dezenas de jornalistas, que condenaram a atitude de Fabiano.

Já no dia seguinte, o apresentador usou os dez primeiros minutos do programa para, de maneira absolutamente hipócrita, desculpar-se com os ouvintes e as mulheres que se sentiram ofendidas com seus comentários no dia anterior. Logo em seguida, após o intervalo comercial, esta mesma pessoa, que acabara de falar em tom manso e que até mesmo se colocara como vítima de preconceito, atacou, aos gritos, de forma mentirosa e violenta,o jornalista Rafael Freire, chamando-o de vagabundo, invejoso, “babão”, afirmando que não representava a categoria e que seu diploma universitário de jornalista não vale nada porque lhe falta talento.

Grito dos Excluídos 2013, em frente ao Sistema Correio, cobrando democratização da comunicação
Por fim, afirmou que a postagem no Facebook era mentirosa e que se fosse provado que correspondia ao que ele dissera no dia 04, retiraria tudo o que dissera no dia 05.

Muita coisa poderia ser dita sobre o companheiro Rafael Freire, mas vamos nos limitar a afirmar que, em seus 12 anos de militância política, tem se dedicado integralmente às lutas estudantis e do povo trabalhador, contribuindo (com sua formação política e profissional) em inúmeras ações para a transformação social do nosso país, sonho de qualquer homem ou mulher de bem. Além disso, Rafael se formou em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo pela UFPB, em 2006, e, desde então, exerceu diversos trabalhos como assessor de imprensa em entidades sindicais, como repórter-fotográfico e como jornalista responsável pelo periódico A Verdade.

Os gravíssimos fatos aqui relatados são um ataque frontal à cidadania. O mau uso dos veículos de comunicação na Paraíba e no Brasil está institucionalizado e deve ser combatido por toda a sociedade, que sofre com este tipo de comunicação sensacionalista, grotesca, venal, tendenciosa e antijornalística. Infelizmente, isto tudo não é consequência apenas do comportamento isolado de uma pessoa. É fruto de uma estrutura das comunicações cada vez mais monopolizada, preocupada apenas com seus interesses comerciais e sem nenhum compromisso com o interesse público e a transformação social.

No mais, queremos responsabilizar também o Sistema Correio de Comunicações por tudo que é publicado e veiculado por suas empresas, uma vez que o rádio é uma concessão pública, cedida pela União/Governo Federal. Ou seja, a liberdade de expressão vai até o limite do respeito e das leis vigentes, limites frequentemente transgredidos por este sistema, já que responde na Justiça por ter exibido num programa do apresentar Samuka Duarte uma cena de estupro e porque, no último mês de setembro, foi autuado pela fiscalização do Ministério do Trabalho (a partir de denúncia feita pelo Sindicato), em 23 infrações diferentes por descumprimento da legislação trabalhista (especialmente pela falta de pagamentos de horas extras), e isso apenas em relação aos profissionais do jornal Correio da Paraíba.

Incitar à violência, incidir em preconceito, caluniar, xingar é crime. Exigimos o direito de resposta a Rafael Freire no referido programa, com o mesmo tempo de duração do comentário danoso, e declaramos que vamos buscar os meios legais para que mais este fato não fique impune e que não se repita.


João Pessoa, 06 de dezembro de 2013

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba (Sindjor-PB)

Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

 

Para ouvir os ataques de Fabiano Gomes à dignidade das mulheres e ao presidente do Sindjor-PB, acessem:

 

http://www.youtube.com/watch?v=fCyLW-4bwDE

 

http://www.youtube.com/watch?v=1uPdA5_vxoA&feature=youtu.be