quinta-feira, 10 de maio de 2018

O que é "RELIGISMO" ? Casos de Intolerância Religiosa e Delegacia Especializada na Paraiba

Muitos pensam que as religiões têm durante os tempos motivado o medo, ódio, animosidade, intolerância, conflito, opressão, etc. Na verdade, isso é incorreto. Pessoas que tem usado o mote religioso e obtém liderança em certos grupos religiosos é que tem provocado tais sentimentos.  Se pesquisarmos a teologia de todas as religiões, vemos descobrir que todas pregam o amor, a caridade, a compreensão, o respeito e a tolerância com outros credos. Em tempos difíceis para a sociedade, com o aumento de casos de intolerância, surgiu uma nova palavra no nosso vocabulário (em Inglês “Religism”) o Religismo, que significa intolerância em relação a outras religiões / sistemas de crenças, que não sejam as suas.
Esta é uma palavra que não é encontrada atualmente em dicionários impressos, porque eles tendem a atrasar o uso público de novas palavras por cerca de uma geração. De tempos em tempos, vemos a palavra "racista" usada como substituto do "religismo", particularmente em relação ao fanatismo religioso dirigido contra os muçulmanos, ou qualquer grupo religioso que seja alvo de discriminação e preconceito.
Titular da DECRADI, Delegado Marcelo Falconi












A forma mais comum de religismo hoje acontece com grupos que creem fazer a vontade de “deus”, 
(em minúsculo mesmo, pois Deus não deseja esse tipo de discriminação ou ódio gratuito) e com isso, 
se acham no direito de serem porta-vozes da razão e da vontade do Criador promovendo genocídio 
contra os infiéis, como podemos ver na história da humanindade, na Inquisição Espanhola, na 
Inquisição Protestante (http://www.deldebbio.com.br/a-inquisicao-protestante/) , e atualmente esse 
fato acontece em grupos radicais de todos os credos espalhados pelo mundo. 
De acordo com estatísticas de crimes de ódio do FBI(Policia Federal Americana) , só no ano de 2010 - 
haviam 1.322 crimes de ódio relatados com motivação religiosa cometidos contra 1.552 vítimas. 
Destes 1.322 incidentes foram:
 
887 eram incidentes anti-judaicos
160 eram incidentes anti-islâmicos
123 incidentes contra pessoas de outras religiões
58 incidentes anti-católicos
48 incidentes contra pessoas de múltiplas religiões
41 incidentes anti-protestantes
5 incidentes contra ateus, agnósticos, etc. 
 
Suspeitamos que apenas uma pequena porcentagem 
de incidências seja relatada, pois em muitos casos,
as vítimas não denunciam os abusos sofridos, sendo
os números citados acima, apenas a ponta do Iceberg. 
No Brasil, segundo dados da Secretaria de Direitos 
Humanos da Presidência da República, a cada três 
dias, em média, há uma denúncia de intolerância religiosa. Entre 2011 e 2014, o Disque 100 – canal 
de denúncias de violações de direitos humanos – registrou 504 queixas desse tipo. Mas o governo 
reconhece que na prática, os casos de intolerância tendem a ser mais numerosos do que os denunciados.
 
Em outubro de 2017, o secretário de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos do Rio de 
Janeiro, Átila Alexandre Nunes, apresentou um mapa da intolerância religiosa no estado. 
Nunes também anunciou a criação de uma Comissão Mista de Apoio às Vítimas de Ataques a Templos 
Religiosos para acolher vítimas e denúncias de perseguição por motivo religioso. “Recebi a 
informação de que 18 terreiros foram invadidos em um mês em Nova Iguaçu. O estado não tem 
essas denúncias, pois, as vítimas têm medo de registrar essas ocorrências”, disse o 
secretário.

Em agosto, o secretário havia declarado que o estado também contaria com uma delegacia policial 
especializada em crimes dessa natureza, a Decradi (Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos 
de Intolerância). Na Paraíba em 2017 tivemos uma grande vitória com a criação pelo Governo do 
Estado da Delegacia de Crimes Homofóbicos,Racismo e Intolerância Religiosa onde o Governador 
Ricardo Coutinho ressaltou que a criação da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes 
Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa é um passo fundamental para a promoção da igualdade 
de direitos, por se tratar de algo que conscientiza e estimula o respeito entre todas as pessoas.