segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

RESPOSTA A RACHEL SHEHERAZADE



VIDEO DA OPINIÃO DA APRESENTADORA DO SBT

Em primeiro lugar, a decisão da juíza em relação à citação “Deus seja louvado” nas notas de Real é sim um posicionamento do Estado na vida dos indivíduos, já que o direito em não crer em um ser superior também é garantido aos ateus (mais de 15 milhões de brasileiros). E se nossa moeda, um bem público, de uso de todos, invoca algum tipo de espiritualidade ou religiosidade, os ateus então estão sim, pagando também com seus impostos para que essa idéia seja propagada. A nossa estimada apresentadora Rachel Sheherazade erra feio ao afirmar que “liberdade, honestidade, respeito e justiça” são preceitos do cristianismo, como se fossem preceitos exclusivos e lançados na humanidade pela religião cristã. A estimada repórter parece desconhecer totalmente os rudimentos da história da humanidade. Tudo que existe hoje de desenvolvimento cultural, artístico, social, esportivo e político no mundo ocidental, teve seu inicio na Grécia.  A Grécia Antiga  (politeista) é considerada pelos historiadores como uma civilização de grande esplendor cultural. Os gregos desenvolveram a filosofia, as artes, a tecnologia, os esportes e muito mais.  Tamanha era a importância desta cultura, que os romanos, ao invadir a Península Balcânica, não resistiram e beberam nesta esplendida fonte cultural, além de serem os Romanos, aqueles que levaram a democracia e a república ao mundo civilizado justamente pela influencia Grega. Além dessa civilização totalmente Politeísta e não cristã como parece desconhecer a cara Rachel, temos também outras civilizações não cristãs que influenciaram mais ainda a nossa sociedade com os preceitos da liberdade, justiça, honestidade e respeito. Relembremos os Sumérios com a primeira forma de escrita, a matemática e astronomia. Somente relembrando a história, a “santa inquisição” não demonstrou respeito aos Judeus, aos cientistas e muito menos as mulheres.   Galileu Galilei foi perseguido por suas descobertas científicas a respeito da rotação da terra. Onde estava a liberdade e justiça da “santa igreja cristã” cara Rachel? Se pesquisarmos mais ainda, veremos como outras culturas não cristãs influenciaram nossa sociedade.   Se analisarmos a cultura islâmica veremos que eles trouxeram  grandes inovações a ciência, como Jabir Ibn Hayyan que era conhecido pelo nome latino de Geber, é considerado o pai da química, que vem do árabe “alchemia” (Alquimia). Já Alkhawarizmy, conhecido como “algorismo” em latim, desenvolveu a moderna álgebra, trigonometria, e claro, o uso dos algoritmos. 
   Al-Zahrawi conhecido como “Albucasis” é reconhecido como pai da cirurgia moderna tendo inventado mais de 200 instrumentos cirúrgicos, muitos desses ainda em uso nos dias de hoje.  Se analisarmos o sagrado Alcorão, ele deu as mulheres a mais de 1400 anos, o direito ao voto, coisa que no Brasil só aconteceu há um pouco mais de 80 anos e no mundo ocidental isso aconteceu depois das lutas no século XIX na Inglaterra e Estados Unidos.  Então provando o erro histórico grosseiro de Rachel, vamos à questão da perseguição, não por parte dos defensores do estado laico, mas sim dos “pseudo-cristãos” ao direito das pessoas de ter opiniões dissonantes.  Em primeiro lugar, os defensores do estado laico, preceito garantido pela constituição não defendem o fim do ensino religioso, como afirma de forma enganosa a conterrânea repórter, e sim o fim do ensino puramente cristão. Se estudarmos todas as religiões de forma histórica e entendermos seus preceitos, ao invés de apenas uma, as crianças e conseqüentemente a sociedade conhecerá a verdade sobre outras crenças, acabando com a intolerância religiosa, o desrespeito e a arrogância daqueles que se acham donos da verdade, pois de acordo com Einstein, tudo é relativo, inclusive o conceito de “verdade”.  Quanto às cruzes em repartições públicas, que são mantidas pelos impostos de todos, é injusto ter símbolos religiosos de um credo somente, comprados e pagos pelos impostos de todos os cidadãos, religiosos ou não, de várias crenças diferentes de uma nação tão heterogênea como a brasileira. Além disso, se usarmos o principio constitucional da igualdade (TODOS SOMOS IGUAIS PERANTE A LEI) nessas repartições também deveriam ter símbolos pagãos, da Wicca, do Candomblé, da Umbanda, dos Muçulmanos, dos Hinduístas, dos Hare Krishna, dos Budistas, dos Judeus e de todas as religiões encontradas no território nacional. Ou seria melhor eliminar todas, já que a constituição diz que o estado é laico?  Ingratidão cara Rachel, é a das pessoas que se dizem cristãs, mas em rede nacional ridicularizam e demonizam pessoas que pensam ou agem diferente. A carta magna é o que nos rege, e ela é que está sendo aviltada e desrespeitada por pessoas de mente fechada e intolerantes que preferem um discurso bonito a agir para ajudar as pessoas.  Gandhi uma vez disse que acreditava no Cristo, mas não nos cristãos justamente pela falta de ações dos mesmos.  Vemos muitas pregações e sobre amor, mas na hora de respeitar o homossexual, a lésbica, o negro, as minorias, nós mesmos, os nordestinos, dos africanos que morrem em guerras e de fome, os palestinos, sim os palestinos, que são massacrados com as benesses da América cristã. Na hora de alimentar famintos, de ajudar doentes, de doar seu tempo e dinheiro ajudando os pobres, ficam em zona de conformo apenas discursando, falando e em nada agindo.   Esquecem os preceitos cristãos genuínos de “fé sem obras é morta”, ou de “amem ate mesmo seus inimigos. 
Uma pena ver que você meteu os pés pelas mãos e foi totalmente infeliz nas suas colocações equivocadas historicamente e totalmente parciais.   Se a maioria é o que conta, que tal então isentar totalmente os impostos dos não cristãos? Afinal eles são minoria certo? Ou melhor, vamos eliminar os direitos da minoria, vamos criar campos de concentração, vamos censurar as opiniões contrárias, vamos criar câmaras de gás, campos de extermínio, afinal, as minorias tem de se calar e aceitar tudo não é?
Muitos esquecem que a espiritualidade ou falta dela é algo totalmente pessoal, e nem o Estado, nem qualquer simbolo ou Instituição pode ser partidária dessa ou daquela crença.  Todos tem direitos iguais, tem deveres iguais.  Fico lembrando do meu bom pai, homem que nos ensinou a honestidade, o respeito e a hombridade mesmo sem ter nenhuma religião ou mesmo acreditar em Deus, pois a liberdade, respeito e honestidade são preceitos de um bom caráter, e não propriedade de uma religião. 

Erickson "Abdul Rahman" Ribeiro
É Graduado em Letras, Pós-Graduando em Educação Ambiental
Empresário Independente
Ex-Seminarista e Ex-Pregador Evangélico
Presidente do Municipal do Partido Trabalhista Nacional em João Pessoa
Chefe de Divisão de Arquivos da SUDEMA-PB
Escritor, Conferencista, Estudioso das Civilizações Antigas.
Email: ericksonlr@gmail.com
Twitter: @ericksonribb

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