Descubra conosco se essa notícia que afirma que cristão foi queimado vivo na Nigéria, apenas por estar lendo a Bíblia, é verdadeira ou farsa!
A imagem circula pelas redes sociais desde o começo de maio de 2013 e mostra um homem ajoelhado, carbonizado no meio das chamas.
As várias versões do texto que acompanham essa fotografia contam que
ele seria uma das 50 vítimas que foram queimadas na Nigéria somente pelo fato de serem cristãos.
Como a imagem é bastante impactante, resolvemos mascarar a foto. Mas a dúvida é a mesma de sempre:
Será que isso é verdadeiro ou falso?
Homem teria sido queimado na Nigéria por estar lendo a bíblia. Verdade ou farsa? (foto: Reprodução/Facebook)
Verdadeiro ou falso?
Confesso que tive certa dificuldade em encontrar a verdadeira origem
dessa imagem. Havia muitas versões diferentes em vários sites que a
publicaram pelo mundo…
Dessa vez, tivemos a ajuda do leitor (e agora também amigo) do E-farsas Rosemberg Franca, que teve o trabalho de realizar o que muito jornalista por aí tem preguiça de fazer: Dar uma pesquisada na web!
Rsemberg descobriu pra nós que o homem que aparece na foto se chamava Ernesto Alfabeto Nhamuave,
um moçambicano que foi queimado vivo em maio de 2008, durante um ataque
violento na África do Sul contra os estrangeiros – que acabaram fugindo
do país depois disso.
56 outros moçambicanos morreram no mesmo ataque sofrido por Ernesto.
De acordo com o Mail & Guardian e com o Daily Mail,
Ernesto chegou à África do Sul para ganhar dinheiro para sua família
pobre, mas ele foi pego na violência xenófoba que varreu o país em 2008.
Foi assassinado por uma multidão em alvoroço Ramaphosa, município no
East Rand, que lhe ateou foto e o deixou irreconhecível.
Levou duas semanas até que alguém da família reconhecesse seu corpo
(seus irmãos o reconheceram por causa de um defeito de nascença em um
dos pés do defunto).
Muitos sites e blogs sensacionalistas aproveitaram a
imagem chocante do homem sendo queimado vivo para inventar a história
de que ele seria um dos cristãos que teriam sido queimados na Nigéria
apenas por estarem lendo a bíblia. Já mostramos aqui no E-farsas outras imagens de pessoas queimadas que estariam se espalhando pela internet como sendo de cristãos perseguidos, mas – da mesma forma que a foto do Ernesto – são de outros incidentes que nada tem a ver com religião.
Impunidade
Desde 2008 a família de Nhamuave procura por justiça, mas em 2010 a
polícia encerrou um inquérito informal com as investigações sobre
possíveis suspeitos do assassinato de Ernesto, concluindo que não há como saber quem foi (ou quem foram) o(s) assassino(s) do chefe da família. E ficou por isso mesmo!
Família a espera de justiça até hoje. (foto: Reprodiução/Mail e Guardian)
Conclusão A imagem é real, mas os motivos que levaram ao crime
que matou o moçambicano Ernesto Nhamuave foram xenofóbicos. Ele foi
morto por ser estrangeiro numa terra que estava em guerra aos “de fora” e
não por ser cristão. A religião, nesse caso, ficou de lado.
Ao contrário do que muita gente pensa, os muçulmanos acreditam em Jesus:
Jesus no Islamismo:
Ao
contrário do que a maioria das pessoas tende a acreditar, Jesus ocupa um papel
especial no Islamismo. Em primeiro lugar, ele é considerado um dos grandes
profetas que Deus enviou aos humanos para poder orientá-los no caminho correto
que leva à presença de Deus. Além disso, o seu nascimento miraculoso, da Virgem
Maria, também faz parte da crença dos muçulmanos, assim como todos os milagres
narrados nos Evangelhos. Para completar, podemos dizer que em todo o Alcorão, a
única mulher que é citada pelo próprio nome é Maria, a mãe de Jesus: um dos
capítulos do Alcorão (capítulo 19) chama-se Marian,
ou Maria em árabe.
No
entanto, existem duas diferenças básicas que fazem toda a diferença entre o
Islamismo e o Cristianismo, que podemos explicar a partir do próprio Alcorão:
“Dize: ele é Deus, o Único! Deus, o
Absoluto! Jamais gerou ou foi gerado! E ninguém é comparável a Ele!” (Alcorão, capítulo 112, versículos
de 1 a 4).
Neste
curto capítulo do Alcorão aparecem as duas únicas diferenças entre o Islamismo
e o Cristianismo, mas que fazem toda a diferença em questão de fé: em primeiro lugar, o Alcorão afirma que
Deus jamais gerou ou foi gerado, ou seja, que Deus não pode ter filhos e
também não pode ser filho de ninguém; não podemos nos esquecer que uma das
principais crenças dos cristãos é a de que Jesus é filho de Deus. A isto o
Islamismo explica que as escrituras dizem filho
de Deus no sentido figurado, pois todas as criaturas, por terem sido
criadas por Deus, são seus filhos
espirituais. No entanto, a crença foi alterada por interesses de poder de
modo a fazer crer que Jesus fosse filho no sentido literal, o que seria um
equivoco, pois quem possuía filhos eram as divindades pagãs, da época do
politeísmo (por exemplo, Zeus para os gregos e Júpiter para os romanos). Já
vimos em momentos anteriores que foram feitas diversas adaptações do
Cristianismo com a religião romana para facilitar a aceitação do Cristianismo
por parte da população romana e também por parte do governo do Império Romano.
Em segundo lugar, o Alcorão afirma
que ninguém pode ser comparado com Deus, pois isto seria
considerado politeísmo, uma vez que Deus é único e a tudo criou: quem é criado
por algo, jamais, pode ser considerado igual a quem o criou. Portanto, no
Islamismo, a crença cristã da Trindade é veementemente rejeitada e considerada
pecaminosa, pois assumir três divindades (Deus, Jesus e o Espírito Santo),
seria incorrer no politeísmo. Mesmo a interpretação um tanto enigmática de que
se trata de três pessoas em uma não é aceita, pois é contrária aos sentidos e à
racionalidade. Já vimos anteriormente que, mesmo entre os primeiros cristãos, a
crença da divindade de Jesus foi recebida com muitas críticas, além de ter sido
formalizada somente quatrocentos anos após a morte de Cristo: em nenhum momento
Jesus afirmou ser divino ou Deus ele próprio. Dessa forma, tanto o Islamismo
como o Judaísmo consideram a teoria da Trindade e da divindade de Jesus um
tanto quanto absurda e totalmente ofensiva ao monoteísmo de Deus.
Portanto,
de que forma Jesus Cristo é visto pelos muçulmanos? Em primeiro lugar, os
muçulmanos consideram Jesus um profeta de grande valor, pois a ele Deus enviou
um livro sagrado (os Evangelhos) e através de Jesus muitos milagres foram
feitos. Sua mãe, Maria, foi escolhida por ser uma mulher de grande fé e valor,
sendo respeitada por todos os muçulmanos, mas sem ser considerada santa ou sem
ser colocada como intermediária de Deus. Vejamos como o próprio Alcorão se
refere a Jesus e à sua mãe, Maria:
“E menciona Maria, no Livro, a qual
se separou de sua família, indo a um local ao leste. E colocou uma cortina para
ocultar-se da família, e lhe enviamos o Nosso Espírito (Arcanjo
Gabriel), que lhe apareceu personificado,
como um homem perfeito. Disse-lhe ela: Guardo-me de ti no Clemente, se é que
temes a Deus. Explicou-lhe: Sou tão somente o mensageiro do teu Senhor, para
agraciar-te com um filho imaculado. Disse-lhe: Como poderei ter um filho, se
nenhum homem me tocou e jamais deixei de ser casta? Disse-lhe: Assim será,
porque teu Senhor disse: Isso Me é fácil! E faremos disso um sinal para os
homens, e será uma prova de Nossa misericórdia. E foi uma ordem decretada” (Alcorão, capítulo 19, versículos de 16 a 21).
“Na verdade, o caso de Jesus,
perante deus, é como o caso de Adão. Ele criou-o do pó, e depois disse-lhe:
Seja, e ele foi” (Alcorão,
capítulo 3, versículo 59).
“E quando os anjos disseram: Ó
Maria, Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de
Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os próximos de
Deus. Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se contará
entre os virtuosos. Perguntou: Ó Senhor meu, como poderei ter um filho, se
mortal algum jamais me tocou? Disse-lhe o anjo: Assim será. Deus cria o que
deseja, posto que quando decreta algo, basta dizer: Seja! E é” (Alcorão, capítulo 3, versículos de
45 a 47).
“E depois deles (profetas),
enviamos Jesus, filho de Maria,
corroborando a Torá que o precedeu; e lhe concedemos o Evangelho, que encerra
orientação e luz, corroborante do que foi revelado na Torá, e orientação e
exortação para os tementes” (Alcorão,
capítulo 5, versículo 46).
Maria, a mãe de Jesus, é a única mulher citada pelo nome em todo o Alcorão
Como
podemos ver nestes versículos do Alcorão, Jesus é considerado um importante
profeta, para o qual foram revelados os Evangelhos. No entanto, devemos
ressaltar que estes evangelhos citados no Alcorão não são os mesmo que hoje
encontramos no Novo Testamento da Bíblia: os escritos originais da época de
Jesus desapareceram ou foram alterados pelos interesses particulares, de forma
que, para os muçulmanos, apenas alguns fragmentos verdadeiros ainda podem ser
encontrados nos evangelhos atuais. Para os muçulmanos, nenhum dos profetas é
mais importante do que outros: tanto Jesus, Moisés ou mesmo Maomé, são tão
importantes quanto Abraão, David, Isaac ou mesmo Adão.
Outra
diferença significativa se refere à morte de Jesus: enquanto os cristãos
acreditam que ele foi crucificado e teria ressuscitado após três dias, os
muçulmanos não acreditam que ele foi crucificado, ou mesmo morto:
“E por dizerem: Matamos o Messias,
Jesus, filho de Maria, o mensageiro de Allah, embora não tendo, na realidade,
certo que o mataram, nem o crucificaram, mas o confundiram com outro. E aqueles
que discordam quanto a isso estão na dúvida, porque não possuem conhecimento
algum, mas apenas conjecturas para seguir; porém, certamente, não o mataram.
Mas Allah o fez ascender até Ele, porque é Poderoso, Prudentíssimo” (Alcorão, capítulo 4, versículos de
157 a 158).
Este vídeo, a partir de 19:25 começa a falar sobre a visão islâmica de Jesus. Este filme é "A Mensagem" e está disponível completo no Youtube em português, dividido em partes
Portanto,
para os muçulmanos, no momento de sua prisão, Deus confundiu os soldados
fazendo-os crer que prendiam Jesus quando na realidade era Judas o preso.
Enquanto Judas era crucificado no lugar de Jesus, este era levado para os céus
por Deus, de onde retornará no final dos tempos para separar os bons seres
humanos dos maus e, então, finalmente, morrerá como todos os demais e o fim dos
tempos terá início.
A crença dos
muçulmanos em Jesus Cristo é uma surpresa para muitas pessoas não
familiarizadas com o Islamismo: Jesus é considerado um profeta, nascido de
forma miraculosa e através do qual muitos milagres foram realizados. Os
muçulmanos, no entanto, não aceitam adorá-lo como um deus, mesmo que filho, nem
ao menos considerá-lo como filho de Deus no sentido literal. Maria, sua mãe,
também recebe um tratamento especial e é considerada uma das maiores mulheres
já criadas por Deus. Jesus foi o penúltimo profeta enviado por Deus aos humanos:
o último foi Maomé. Tanto um quanto o outro estão inseridos na longa tradição
de profetas enviados por Deus, que teve início com Adão, passou por Abraão,
Isaac, Moisés, David, o próprio Jesus, e se encerrou com Maomé. Portanto, todo
muçulmano que crê que Maomé foi profeta de Deus acredita, obrigatoriamente, que
Jesus Cristo é um profeta de Allah.
Será verdade a história do pastor que se disfarçou de sem-teto para testar os 10 mil fiéis de sua igreja? Veja o que descobrimos:
A história vem acompanhada de foto e se espalhou pelas redes sociais e
em inúmeros sites e blogs no final do mês de julho de 2013. De acordo
com o texto, o pastor Jeremias Steepek teria se disfarçado de mendigo e ido a uma igreja de 10 mil membros onde iria ser apresentado como pastor principal pela manhã. Somente 3 de cada 7 das 10.000 pessoas diziam “oi” para ele e nenhum membro da congregação lhe deu alguma coisa.
O texto ainda afirma que o “mendigo” Jeremias Steepek foi “convidado”
a se sentar lá nos fundos da igreja, longe dos demais fiéis. Lá pelo
meio do culto, os membros da igreja ficaram sabendo que aquele homem
maltrapilho que ali estava era, na verdade, o novo pastor daquela
congregação.
Mas será que essa história é verdadeira ou falsa?
IMAGENS DO SUPOSTO PASTOR QUE CIRCULAM NA INTERNET
Verdadeira ou farsa?
É farsa! A história, apesar de mostrar uma situação interessante, não passa de ficção.
Quem é Jeremias Steepek?
Essa é a primeira pergunta que surge ao ler o texto. Segundo é
afirmado na história, o pastor era um homem conhecido, que (talvez, por
isso) teria sido convidado para comandar uma igreja de “10.000 membros”.
No entanto, uma busca exaustiva por esse sujeito na internet e não
conseguimos nenhum resultado (além dos sites e blogs que apenas copiaram
o mesmo texto).
Ao buscar em outras línguas, podemos notar que essa história do falso
mendigo teria surgido em inglês e que lá no exterior o tal pastor da
história se chama “Jeremiah Steepek”. Sim, abrasileiraram o Jeremiah!
Vários jornais, como o Huffington Post, o Inquisitr e o Examiner, tentaram descobrir se o tal Jeremiah existe mesmo, mas todas as pesquisas foram infrutíferas.
Além disso, uma igreja com 10 mil membros seria digna de nota, não é?
Mas o nome e o endereço da igreja onde o fato teria ocorrido não foram
mencionados no texto. Que pena…
O autor dessa história também não explica como Jeremias compôs seu
personagem. Pela fotografia que circula junto com a história, dá a
entender que o pastor teve que ficar um bom tempo até que sua barba
ficasse daquele tamanho (assumindo-se que a barba não fosse postiça).
Será que o pastor teve que ficar meses longe do púlpito e da igreja até
que sua fantasia de mendigo ficasse pronta?
Com essa farsa, ele teria mentido para os que seriam seus novos fiéis?
Além disso, ele teria feito com que outros pastores da igreja também mentissem?
Digo isso porque – como é mencionado no texto – outros pastores sabiam do “teste” que Jeremias estava fazendo.
Também há o registro do pastor metodista Derek Rigby, que se vestiu como
um mendigo e invadiu o culto de sua igreja, no País de Gales, numa
tentativa de dar uma lição sobre “tolerância” aos fiéis. No Brasil, são
conhecidas as experiências similares do pastor Paulo Capeletti. O pastor
Luiz Carlos Silva ficou famoso por ser “o pregador que se veste de
mendigo” e fez da prática seu ministério, pregando dessa forma em várias
igrejas do país.
Que coisa, hein? Como uma igreja pode ser comandada por uma pessoa que, logo no primeiro dia, já chega mentindo?